Brumas de Avalon

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Figura do Blog Avalon og the Heart.
Penso em dedicar o post de hoje às obras de Marion Zimmer Bradley, especificamente a série Brumas de Avalon. Não, não é uma resenha. Eu não costumo fazer resenhas por aqui, mas sim deitar um olhar mais profundo sobre as obras literárias que me caem nas mãos- inclusive obras infanto-juvenis. Geralmente, ao lermos apenas por entretenimento - o que é ótimo e eu adoro! - deixamos escapar alguns pormenores...Como estava envolvida em um projeto de pesquisa sobre a cultura deste povo em específico, a obra de Marion ganhou novos contornos aos meus olhos.

Bem, antes vamos conhecer a obra. Brumas de Avalon desdobra-se em quatro livros - A Senhora da Magia, A Grande Rainha, O Gamo-Rei e O Prisioneiro da Árvore. O objetivo da autora é recontar a lenda de Rei Artur através da perspectiva feminina (Morgana, Viviane, Igraine,Morgause e Guinevere).
Quando comecei a ler, senti-me um pouco perdida pela quantidade de lendas que Marion magistralmente enreda, tornando a obra quase real. É uma quantidade muito grande de informações. De vestimentas, locais e costumes...É quase como se tudo aquilo houvesse realmente acontecido, tal a força da narrativa.

Para entender melhor o universo do primeiro livro, fiz uma busca para compreender de onde surgiu a lenda de Rei Artur e portanto, a espinha dorsal da narrativa. Marion usa como base uma lenda córnica, já explorada por Godofredo de Monmouth em 1135. Na verdade, a figura da personagem Artur foi modificando-se com o tempo até tornar-se o sábio e conquistar Rei Bretão e em grande parte, isto se dá pela Historia Regum Britannie do monge bretão Godofredo que transcreveu com uma boa dose de fantasia as histórias contadas pelos bardos.
Segundo Monmouth Artur teria sido concebido em Tintagel por Uther Pendragon e Igerna a esposa casta de Garlois, o duque da Cornualha, através de um artifício de Merlin.

"(...) Tintagel...ainda havia quem acreditasse que o castelo fora levantado, na rocha escarpada no extremo final do longo promontório que se projetava para o mar adentro pela magia do antigo povo de Ys."
O povo de Ys. Outro detalhe importante da obra que se reflete em quem Igraine e Uther de fato eram ou foram. Toda obra é marcada pela magia de Avalon, magia esta proveniente das civilizações perdidas da Atlântida e suas ilhas submersas de Caer Ys e Lyonesse.
"(...) Igraine olhou, sem surpresa, para a figura vestida de azul a seu lado e, embora seu rosto fosse muito diferente, e ele usasse um toucado estranho, coroado de serpentes, e tivesse serpentes douradas nos braços - como braceletes- seus olhos eram de Uther Pendragon."

Ainda havia uma outra pergunta em minha mente: quem era Aureliano Ambrósio? O Rei abatido e amado por todo o povo descrito logo nas primeiras páginas?

Como bem se vê, Marion foi bastante minuciosa em juntar tantas lendas de forma tão crível! E, é claro que é impossível tratar em um único post o conjunto da obra. Foi aí que percebi a necessidade primária de conhecer melhor a lenda Arturiana. Deixo para continuar minhas considerações no próximo post.

E foi uma vez um Rei Bretão...

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