O mito do Morcego

Saudações!

Imagem do artista Royo - Victoria Francès
Essa onda vampiresca de Crepúsculo e afins fez com que eu pensasse sobre estas criaturas. Inclusive, até guardei uma reportagem da Veja sobre a nova moda, com a finalidade de lançar um olhar mais atento sobre.

Não posso falar de Stephanie Meyer porque...Confesso! Nunca li qualquer um dos livros. E acho, realmente, que deveria ter lido um dos livros antes de assistir o filme. ( Sei que existem muitos fãs da saga, mas não aguentei assistir o primeiro e nem o segundo filme até o final! Em grande parte por conta da protagonista. A interpretação da atriz não me impressionou nem um pouco. Ela nem precisava se transformar em um vampiro porque literalmente, já está morta. O que é uma pena. E esta é a minha humilde opinião. Não assisti aos outros filmes para ver se a atriz engrena no papel. Sopro de vida ali, só mesmo Jacob. O lobisomem. Ele sim, tem sangue nas veias!)

"(...)Em praticamente todas as culturas, em todas as épocas, encontra-se algum mito associado ao vampirismo. Essas entidades, sempre malignas e aterrorizantes, se fizeram presentes desde a China de 6 000 anos atrás até o folclore tribal africano e o ainda hoje o popular chupa-cabra mexicano."
                                                      " A Eterna sedução dos Vampiros" in Veja, 14 de julho de 2010.

Drácula 2000. Imagem do Blog CINETECA
BRASIL.
Logo, acho mesmo que os vampiros da Saga Crepúsculo imitam o universo dos Contos de Fadas. No centro deste universo está o príncipe Edward Cullen. Culto e romântico, capaz de recitar Shakespeare...Afinal, os vampiros em seus primórdios eram verdadeiros monstros, conforme o trecho da revista Veja. Com o tempo, a lenda foi digamos, sofrendo um "refinamento romântico"...Deflagrado por Meyer, Ane Rice e claro, pelo cinema norte-americano.

"(...) Por muito tempo, acreditou-se que a alma estivesse no sangue, e não é sem motivo que, em grande parte, os rituais sagrados estão vinculados a ele."  Denise Paiero, professora de semiótica da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A fascinação pelo sangue, o líquido que garante a vida...Já falamos sobre o sangue também como elemento religioso no post em que me dedico a analisar o clipe Fairy Tale. E, embora tenha feito considerações sobre Crepúsculo, o filme que realmente me chamou a atenção pelo roteiro foi " Drácula 2000".
Exatamente porque consegue criar uma nova dinâmica para a figura do Nosferatu em cima de uma temática digamos, mais teológica.

Sim. Já disse no topo do post. É um filme trash e sei que muitas pessoas tem as suas considerações sobre. Mas, particularmente, penso que consegue inovar propondo uma nova linha de raciocínio para o surgimento de Drácula.
Drácula é despertado de seu sono por um grupo de ladrões de relíquias então, solto em pleno século 20, ele sente uma estranha ligação com Mary Van Helsing. Assim, ele parte em sua busca.

A cena em que o Drácula está caminhando nas ruas e dá de cara com todo o tipo de vício e devassidão é, no mínimo, interessante. Drácula, neste filme, está ligado a sedução, aos vícios e ao pecado. Há também uma sede insaciável, o que confere ao personagem como um todo um certo ar melancólico. Em sua caminhada ele chega a conclusão de que embora ele tenha estado longe da humanidade por tanto tempo, o mal não se afastou dela.

Observa-se também o fascínio das mulheres por Drácula. Elas são as primeiras a ceder ao seu charme. Ora, na visão bíblica quem foi seduzida pela serpente? Quem levou toda humanidade à desgraça? Pois é. A mulher.
Mas existe uma única mulher que corresponde ao ideal feminino religioso. Quem é ela?
Maria, a mãe de Jesus.
Aliás, o culto à Maria alastrou-se pela Europa no século XII em grande parte por conta dos Templários, os Cavaleiros do Cristo, que cultuavam a Grande Mãe.

Agora, qual é o nome da protagonista do filme?
Ah, se não é... Mary.

Ao final, vamos perceber que a busca de Drácula vai além de Mary. Ele deseja mesmo é o sangue que por sua causa foi derramado e pelo qual ele anda sedento anos a fio...O sangue de Cristo.

Então, trash ou não, sempre dá para salvar alguma coisa não é? ( Fora a presença de Gerárd Butler...risos!)

E foi uma vez o Conde das Trevas...

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